Para quem já se rendeu ao magnífico universo dos Gang Gang Dance ou Animal Collective certamente não irá estranhar este álbum. Folk bizarra de traços tribais e pinceladas de alguma pop mais psicadélica compõem o universo sonoro deste álbum estreia do trio feminino First Nation.
Ao longo das dez faixas do disco, parece pairar uma espécie de energia quase que esotérica. Aqui e ali somos surpreendidos por jogos de vozes em repetição, melodias serpenteantes de flautas ou linhas de guitarras e de percussão marcadas pela música ancestral indiana e africana. Ao escutarmos a primeira faixa “Awakes” somos engolidos para uma deliciosa espiral de vozes e desde logo nos apercebemos da importância da evocação de imagens e cheiros na música das First Nation. Aliás, o próprio nome da banda desvenda um pouco esse gosto quase que antropológico pela ideia do Homem, da Sociedade e do Mundo. Este álbum cheira de facto a terra. Terra molhada por vezes. E sentimos essa força telúrica como o nascimento do Tudo, da Primeira Nação. Cavernas, fogueiras, multidões, danças e rituais, condensam-se neste quadro sonoro fascinante.
Sem dúvida que este primeiro trabalho abre-nos o apetite para os futuros trabalhos da banda e na sua demanda pela busca do regresso às origens.
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