Normalmente, quando se fazem comparações elogiosas a artistas nacionais, devemos sempre ter em consideração uma ligeira margem de manobra. Por exemplo, se compararmos um realizador português ao Michael Mann, na verdade estamos a compará-lo ao Tony Scott.
Mas nem sempre é assim; felizmente, existem as excepções que confirmam a regra e é por isso que vos estou a alertar para as comparações que se seguem nas linhas seguintes, que devem ser tidas em conta. Por exemplo, quando comparar Mazgani a Leonard Cohen, é mesmo em Cohen que devem pensar. Aliás, se Leonard Cohen tivesse tido o azar de nascer umas décadas depois, ele é que seria comparado a Mazgani.
Mas nem sempre é assim; felizmente, existem as excepções que confirmam a regra e é por isso que vos estou a alertar para as comparações que se seguem nas linhas seguintes, que devem ser tidas em conta. Por exemplo, quando comparar Mazgani a Leonard Cohen, é mesmo em Cohen que devem pensar. Aliás, se Leonard Cohen tivesse tido o azar de nascer umas décadas depois, ele é que seria comparado a Mazgani.
Sharyar Mazgani, metade português-metade iraniano, é o mais estimulante compositor/escritor de canções que o nosso país viu desde o JP Simões. E os Mazgani (a banda, que adopta o apelido do seu vocalista/guitarrista) deram-se a conhecer ao mundo em 2005, quando a Les Inrocks os considerou uma das 20 bandas mais promissoras do ano. O disco de estreia, intitulado Song Of The New Heart, chega-nos agora, dois anos depois, e foi apresnetado no sábado passado a amigos, familiares e simples curiosos na tal cidade onde (quase sempre) não se passa nada - Setúbal.
Chegamos então à parte das comparações; Mazgani soa a muitas e boas coisas. Faz lembrar o vozeirão de Leonard Cohen, mas com melhor dicção; faz lembrar os territórios pop-sónicos dos Radiohead; tem os momentos mais delicados de PJ Harvey; e tem a mesma alma passivo-agressiva de Nick Cave. Penso que Mazgani não levará a mal as comparações; até porque foi dele que ouvi a mais fantástica versão de Desperate Kingdom Of Love.
Como não conheço ainda o nome das músicas (caro Sharyar, se me estás a ler não hesites em oferecer um disco à Mescla Sonora para futuras considerações), não esperem um registo detalhado do alinhamento do concerto. Digo-vos apenas que a banda demonstra uma maturidade invejável, que não descansa à sombra da bananeira (leia-se à sombra dos elogios da Les Inrocks), uma vez que Unageing Games foi logo o segundo tema da noite (afinal sei o título de uma das músicas); que domina por completo o formato canção e que tem uma espécie de livre-trânsito no universo da perscrutação da alma dos ouvintes.
Ainda não escutei Song Of The New Heart, mas para mim é já um dos discos do ano.
Chegamos então à parte das comparações; Mazgani soa a muitas e boas coisas. Faz lembrar o vozeirão de Leonard Cohen, mas com melhor dicção; faz lembrar os territórios pop-sónicos dos Radiohead; tem os momentos mais delicados de PJ Harvey; e tem a mesma alma passivo-agressiva de Nick Cave. Penso que Mazgani não levará a mal as comparações; até porque foi dele que ouvi a mais fantástica versão de Desperate Kingdom Of Love.
Como não conheço ainda o nome das músicas (caro Sharyar, se me estás a ler não hesites em oferecer um disco à Mescla Sonora para futuras considerações), não esperem um registo detalhado do alinhamento do concerto. Digo-vos apenas que a banda demonstra uma maturidade invejável, que não descansa à sombra da bananeira (leia-se à sombra dos elogios da Les Inrocks), uma vez que Unageing Games foi logo o segundo tema da noite (afinal sei o título de uma das músicas); que domina por completo o formato canção e que tem uma espécie de livre-trânsito no universo da perscrutação da alma dos ouvintes.
Ainda não escutei Song Of The New Heart, mas para mim é já um dos discos do ano.
Pedro Soares
Fotos: Sandra Conrado
..::..Myspace..::..http://www.blogger.com/www.myspace.com/mazgani
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